Não queria estragar a sua noite, mas aqui vai um poema complicado...
É pra ler ouvindo Lady Laga, alguma do novo álbum
Por dentro,
eu bato na mesa.
Bato,
bato,
bato.
Xingo.
E choro.
Chor…
Choro.
Tanto
que soluço —
alto.
Grito.
Bato na mesa
enquanto minhas mãos
sangram.
E a minha cabeça,
num sussurro desesperado,
pede socorro.
Bato na mesa.
Machuco
o que me machuca:
eu mesma.
Desolada,
por existir
nesse momento.
Bato na mesa
na ânsia
de que saia de mim
toda a raiva
que habita meu corpo.
Que tá, nesse momento,
transbordando,
sem ter por onde ir.
Bato.
Bato.
Bato.
E paro.
Olho pra mim mesma
no espelho.
Tá tudo
na minha cabeça.